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Partidos deveriam ser financiados pelos próprios militantes, avalia entidade

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O orçamento federal para 2018, aprovado pelo Congresso na quarta-feira (13), define as receitas e as despesas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em ano de eleições, os cofres do governo terão à disposição R$ 3,5 trilhões, valor que já inclui o refinanciamento da dívida pública e gastos com saúde e educação.

Um dos pontos mais polêmicos é o que trata do fundo eleitoral, que terá R$ 1,7 bilhão do orçamento público para financiar campanhas e partidos no ano que vem. Os recursos têm como uma das fontes cerca de 30% das emendas parlamentares de bancada, indicadas por deputados e senadores.

Para o fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, é um erro utilizar o dinheiro dos brasileiros para esta finalidade. “Se nós juntarmos o Fundo Partidário, quase R$ 900 milhões, mais o Fundo Eleitoral, R$ 1,7 bilhão, e mais em anos de eleições as inserções da política no rádio e na televisão, estamos falando em mais de R$ 3 bilhões para os partidos políticos”, contabilizou.

Castello Branco defende ainda que esses recursos deveriam ser aplicados em áreas como saúde e educação. “O ideal é que os partidos fossem financiados pelos próprios militantes. Isso nos faria, inclusive, muito mais competentes porque eles seriam obrigados a ter que conseguir os seus adeptos”, argumentou.

Para a especialista em orçamento público Grazielle David, o grande desafio do país é mudar a forma como se administra os recursos e evitar que o rombo nas contas públicas se torne ainda maior. “A arquitetura ampliada hoje, não só no Brasil, é concentradora e desigual na renda. Enquanto a gente não lidar com isso, vai viver essas crises com frequência”, explicou.

Salário mínimo
O projeto aprovado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso não alterou o valor do salário mínimo proposto pelo governo, de R$ 965. Porém, o valor definitivo para 2018 só será divulgado após o presidente Michel Temer assinar o decreto que atualiza o cálculo previsto na legislação. Além disso, o orçamento prevê mais de R$ 208 bilhões para saúde e educação, que tiveram limites fixados pelo teto de gastos públicos através de emenda constitucional.

O texto aprovado pelo Congresso estipula também as receitas e despesas levando em conta o déficit primário de até R$ 159 bilhões para o ano que vem, de acordo com estimativa feita pelo governo e aprovada pelo Legislativo em agosto.

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