Na proposta para se buscar acordo de colaboração premiada junto ao MPE, José Riva traz detalhes, num dossiê de 105 páginas, como se dava o esquema de propina que "irrigava" mensalmente o bolso de deputados.
Apresentou comprovantes bancários e notas promissórias, o efetivo pagamento de propina e ainda a participação dos parlamentares no desvio de recursos da Assembleia, através da assinatura de relatórios de recebimento de materiais falsificados, de forma individualizada.
No caso de Sebastião Rezende, hoje no quinto mandato, Riva anexou uma planilha assegurando que o então colega parlamentar recebeu propina mensal em três condições distintas entre março de 2003 a janeiro de 2015.
De 2003 a 2005, foram 24 pagamentos de R$ 30 mil a Rezende, segundo revela o ex-presidente da Assembleia, o que totalizou R$ 960 mil, já com valores de impostos descontados. Entre 2005 e 2011, o valor mensal já passou para R$ 35 mil. Neste período, Rezende teria embolsado 72 pagamentos, somando nada menos que R$ 3,3 milhões de propina. De 2011 a 2015, foram liberados para o deputado 48 pagamentos de R$ 50 mil, chegando a R$ 3,2 milhões.
De acordo com Riva, para "legitimar" esses pagamentos, Sebastião Rezende assinou recebimento de materiais e serviços não entregues e nem prestados à AL por empresas. Considerando todos os pagamentos mencionados por Riva, Rezende teria embolsado neste período R$ 6,5 milhões.
Romilson Dourado - RDNews