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Volta ás aulas na rede municipal de ensino se inicia, em Campo Novo do Parecis

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O retorno presencial híbrido de alunos na rede pública municipal de ensino teve retorno oficial em 24 de maio, segunda-feira, após inúmeras discussões entre poder público, profissionais de educação e população camponovense. Em todos os grupos, há apoiadores e opositores da medida.

Inicialmente, cada escola foi instruída a começar o retorno de maneira decrescente, ou seja, dos alunos mais maiores, para os menores (da educação infantil). Assim sendo, o pai/responsável assina um termo autorizando o aluno a retornar para a escola. A partir disso, faz-se um levantamento, onde divide-se as turmas entre alunos que irão retornar e alunos que optaram pelo ensino remoto, ainda entre quem optar pelo ensino presencial, haverá divisão e acompanhamento: 50% presencialmente, enquanto os 50% restante continuará em teletrabalho híbrido, e após o período estipulado por cada escola essas turmas trocam a modalidade. Afim de não aumentar o número de crianças dentro das salas, para que os profissionais de educação possam trabalhar com segurança.

“O plano de retomada, foi elaborado em conjunto, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e gestores, onde organizamos o retorno em forma gradual escalonado dividido em etapas. Etapas essas que serão acompanhadas por questões de biossegurança dentro da escola, segurança do aluno, do professor e da família.”, ressalta Silvana Nunes Viana Paiva, secretária de educação.

Ademais, todas as salas manterão um protocolo de segurança, distanciamento. Ainda assim, a decisão de retornar dividiu opiniões, alguns pais apoiando a decisão do município, pois ansiavam enxergam que uma educação de qualidade só é possível dentro de sala de aula. “Eu sou plenamente a favor da voltas ás aulas, na verdade, na minha opinião as aulas presenciais já deveriam ter voltado há muito tempo, pois por mais que os alunos estavam fazendo as aulas online eu não vejo produtividade nenhuma, não pelo menos no meu caso. Ninguém parou a vida, todo mundo precisa trabalhar, todo mundo precisa colocar comida dentro de casa, nós vamos ao supermercado, a farmácia, e a muitos outros lugares e não acho correto que os alunos não estudem de forma presencial”, declara a mãe de uma aluna do 8° ano da escola municipal 4 de Julho.

“Uma aula com professor dentro da sala e uma aula online, possuem diferenças gritantes. Para mim, todas essas crianças estão sendo muito prejudicadas. Que seja com as medidas preventivas necessárias como já estão fazendo, dividindo turmas, uma semana um, outra semana outros, mesmo que seja nesse formato ainda é melhor do que apenas aulas online. A vida não pode parar, precisamos aprender a conviver com tudo o que está acontecendo. Infelizmente eu sei que é muito triste, muito difícil para todo mundo, mas não acho justo, para mim as aulas tem que continuar, elas precisam continuar, os alunos precisam estudar. São quase um ano e meio sem aulas, sem aprendizado e daqui uns dias, como por exemplo meu caso, que minha filha já está no 8° ano, logo mais vem uma faculdade e ela está sem preparo algum. Não são todos os pais que tem capacidade ou tempo para ajudar o filho em casa. Então, acredito que as aulas precisam voltar, assim como tudo já está voltando”, completa.

“Olha, eu como mãe, me preocupo sim com as crianças, tenho dois em idade escolar, mas não posso deixá-los em casa perdendo aula. Eles já estão há mais de um ano sem pisar o pé na escola, isso é ruim para eles. Em casa, tem as aulas online, mas eu particularmente não vi nenhum progresso, pelo contrário, por estarem em casa eles ficam mais dispersos e preguiçosos, não prestam atenção e acabam não aprendendo nada. E fica difícil para ajudar, porque eu trabalho, então não tenho tempo pra ficar lá. Está difícil para todo mundo, e eu vejo que até os bares já estão funcionando, a escola está certa em querer voltar.”, comenta outra mãe.

No entanto, a medida é vista como perigosa por diversos outros pais que manifestaram suas indignações por meio de redes sociais. “Não vou deixar meu filho ir para a escola, é muito perigoso”, expor uma mãe em uma rede social. “Não tem como as crianças voltarem, só vai aumentar a contaminação, um monte de gente numa sala”, conclui.

O mundo está vivendo um período atípico, devido a esta pandemia da Covid-19. E isso também provoca situações inéditas que muitas vezes não são fáceis de serem compreendidas, os pais sentem angústia ao mandarem os filhos para a sala de aula, mas ao mesmo tempo temem pelo tempo e conhecimento que as crianças estão perdendo. Já o governo, receia que sua responsabilidade de dar educação de qualidade aqueles que são o futuro, não seja cumprida. A responsabilidade é enorme, e engloba a todos: município, professores, pais, alunos. Cabe a cada um fazer sua escolha conscientemente.

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