Quem tá acostumado a assistir filmes, enviar e receber vídeos ou mesmo simples mensagens de áudio pelo celular não tem ideia de como é difícil não conseguir fazer isso. Num mundo mais e mais tecnológico, viver – e principalmente – trabalhar sem poder contar com uma boa conexão de internet e telefonia, é o mesmo que estar em uma ilha vendo o mundo se desenvolver à sua volta. Quando a ausência de sinal ameaça o avanço e o desempenho da produção de alimentos, a preocupação muda de patamar.
Considerado um dos principais municípios produtores de soja do Brasil, Campo Novo do Parecis é um exemplo de como a agropecuária avançou muito mais rápido que a infraestrutura que a cerca. Em muitas fazendas, os investimentos em tecnologia estão estampados em máquinas modernas, mas que não são aproveitadas como poderiam justamente porque esbarram na falta de conectividade.
Como mencionamos anteriormente aqui no blog, o tema foi escolhido como um dos principais desta edição da Parecis Superagro, e nesta terça-feira (10) atraiu a atenção de todos ao pavilhão central.
Em pauta, os resultados de um estudo encomendado pelo setor produtivo que busca respostas e soluções para acabar com este “obstáculo digital” no campo. Entre as dúvidas, o motivo da qualidade precária da telefonia móvel (considerando aqui o sinal de internet também) no município em que o campo gera mais de R$ 2 bilhões por ano. Entre as repostas, as alternativas possíveis para solucionar este apagão de sinal.
Por um lado, confirmou-se que o atual cenário é justificado pela falta de uma rede de grande potência (perdoe-me pelo jeito leigo de explicar) no município. Por outro, ficou claro que a solução pode estar mais próxima do que se pensava e a um custo possível de ser viabilizado.
É o que afirmou em entrevista ao Canal Rural o especialista em telecomunicações, Jorge Bittar. Ele coordenou a equipe de estudo da conectividade em Campo Novo do Parecis e explicou que a transformação irá requerer 3 etapas.
A primeira seria levar a “fibra óptica” até o município, partindo de Nova Mutum. O investimento – privado – deve exigir ago em torno de R$ 3 milhões, na estimativa dos especialistas. O passo seguinte seria o investimento das operadoras, que aproveitariam o sinal da fibra e repassariam aos clientes. O terceiro, e derradeiro, seria a condução desta tecnologia ao campo. O custo total previsto, segundo o especialista, giraria em torno de R$ 6 milhões.
No vídeo abaixo você confere na íntegra a entrevista com Jorge Bittar, que explicou com detalhes as alternativas que podem resolver o problema da conectividade no campo.
Canal Rural
Foto: Thiago Rocha - Parecis SuperAgro