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Editorial Parecis.Net: Os limites, conquistas e prejuízos da greve na educação

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Mesmo com previsão legal, greve na educação acaba desconsiderando quem realmente sai prejudicado.


Aqui não se cabe julgar se a reposição salaria de 4,5% combinada em Lei é justa ou injusta. Se é o argumento apresentado pela equipe técnica da Prefeitura que não pode conceder esse reajuste devido o limite prudencial e infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se o argumento é justo ou se a greve é injusta, se a greve é justa e se o argumento é injusto. Mas neste momento o apelo vem de quem está sendo prejudicado e quem de fato está sofrendo a injustiça. O Aluno e seus familiares.

 

São 6.700 alunos sem aulas neste momento...

 

Os envolvidos nesta greve, tanto grevistas quanto o Executivo precisam ter sensibilidade e sensatez. Uma greve não pode significar simplesmente uma queda de braço. A Prefeitura não ataca apenas o professor e o professor não ataca apenas a Prefeitura, mas principalmente pais trabalhadores e alunos que estão sendo prejudicados neste momento.

 

Os professores estão aparentemente lutando por uma melhoria salarial, acreditando que todo o seu descontentamento e insatisfação é resultado da questão financeira, que diga-se de passagem não é tão ruim assim.

 

Observa-se uma degradação moral que a (docência) vem enfrentando dia após dia. O desprestigio por parte da sociedade em uma profissão tão nobre e importante. Profissão desprestigiada tem como resultado a falta de reconhecimento financeiro. Pensamos: se a profissão de professor fosse valorizada, da mesma forma que ser médico, advogado, juiz, engenheiro, jogador de futebol, os professores também ganhariam salários melhores.

 

Para se ter prestígio perante a sociedade é preciso conservar uma proposta de melhoramento que vai além da questão salarial como as propostas do próprio Plano Municipal de Educação, que pouco se fala nesta greve. Importante analisar e não se deixar utilizar como massa de manobra, pois uma classe pode estar se submetendo a decisões formatadas e cheias de segundas intenções.

 

A greve não funciona como forma de pressão. O fato dos alunos das classes de baixa renda ficarem sem aulas, o que significa ficarem sem aprendizagem formal, sem talvez a única possibilidade de contato com o mundo do conhecimento organizado, não sensibiliza a sociedade.

 

O que não se pode perder de vista é que, a cada aula não realizada, perde-se mais uma oportunidade de serem relevantes para a vida dos alunos. Talvez isso não faça diferença para alguns professores, mas certamente faz para os alunos.

 

Paulo Fernando

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