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Ex-governador deve ser um dos primeiros a depor em CPI que apura conduta de prefeito

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O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) está entre as 10 primeiras pessoas que devem prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a conduta do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB).

A CPI foi aberta depois que Pinheiro apareceu em um vídeo recebendo dinheiro, supostamente de propina, das mãos do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Corrêa. Nas imagens, o prefeito, que à época era deputado estadual, aparece recebendo maços de dinheiro e os colocando nos bolsos do paletó. Um dos maços chega a cair no chão, e Pinheiro se abaixa para pegar. Emanuel Pinheiro nega que o dinheiro seja de propina.

O vídeo foi entregue por Silval Barbosa à Procuradoria-Geral da República (PGR) no acordo de delação premiada, que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto.
Os membros da comissão apuram se Emanuel Pinheiro cometeu quebra de decoro e obstrução da Justiça.

A definição dos nomes aconteceu nessa-quarta-feira (6), durante a primeira reunião da comissão. Além de Silval Barbosa, devem ser ouvidos Silvio Corrêa, o servidor responsável por instalar a câmera usada para gravar os políticos recebendo o dinheiro; o irmão de Emanuel, Marco Polo Pinheiro, e o ex-secretário de Indústria e Comércio, Allan Zanata.

Os depoimentos estão previstos para fevereiro, após o retorno do recesso parlamentar de fim de ano.

Além dos convocados, serão convidados o delegado da Polícia Federal, Wilson Rodrigues de Souza Filho e os agentes da PF, Adha de Oliveira Omote e Marcelo Pimenta Orge, que atuaram no cumprimento do mandado de busca e apreensão durante a Operação Malebolge, deflagrada em agosto deste ano.

Emanuel Pinheiro deve ser ouvido ao final do prazo da comissão, que deve ser concluída em 120 dias.

Os depoimentos poderão ser acompanhados pela população, na Câmara de Cuiabá. O relatório final deve ser votado em plenário.

Esquema de propina
Silval Barbosa foi preso em 2015 pela Operação Sodoma e é suspeito de chefiar uma organização criminosa que cobrava propina de empresas em troca de incentivos fiscais. Em junho, Barbosa começou a cumprir prisão domiciliar e é monitorado por tornozeleira eletrônica. Depois disso, ele firmou acordo de delação e apresentou uma série de provas dos crimes ocorridos na gestão dele.
Segundo ele, políticos, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e empresários receberam parte do dinheiro desviado das obras de infraestrutura. A maioria das fraudes ocorreu por meio do programa MT Integrado, lançado em 2013 no governo de Silval.

G1 MT

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