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Polícia cumpre 58 prisões contra organização que cometeu crimes no Médio-Norte; 36 mandados em Campo Novo do Parecis

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A Polícia Civil de Mato Grosso cumpre, na manhã desta terça-feira (09.07), 58 mandados de prisão em uma operação contra membros de facções criminosas com atuação em crimes de roubos, tráfico de drogas, homicídio e estelionato, muitos deles praticados a mando e por membros que estão presos em unidades prisionais do Estado.

 

A operação denominada “Tentáculos” é coordenada pelo Núcleo de Inteligência da Delegacia da Polícia Civil de Tangará da Serra (239 a Médio-Norte de Cuiabá), e desenvolvida em seis municípios de Mato Grosso: Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Barra dos Bugres, Cuiabá, Rondonópolis e Juína. Também foram cumpridos mandados dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, e da Penitenciária Major Eldo Sá (Mata Grande), em Rondonópolis.

 

Os mandados de prisão foram expedidos contra 18 criminosos já presos em unidades dos municípios de Campo Novo, Tangará da Serra, Barra do Bugres, Cuiabá, Rondonópolis, e contra 40 integrantes da organização que estão soltos, totalizando 58 alvos. Somente na cidade de Campo Novo do Parecis são 36 mandados.

 

As ordens judiciais são da Sétima Vara do Crime Organizado de Cuiabá. O delegado Adil Pinheiro de Paula, que coordena a operação, informou que está é a 5ª fase de uma investigação desenvolvida ao longo de quatro anos. Esta etapa foi decorrente do acompanhado investigativo e de inteligência feito pelo núcleo de Tangará da Serra há 1 ano.

 

“As investigações dessa operação começaram há cerca de um ano. A Polícia Civil começou a monitorar integrantes da organização criminosa que atua no Médio-Norte do Estado. As investigações evoluíram e identificamos que a chefia dessa organização parte de dentro das cadeias. A operação então passou a focar nos líderes da organização nas principais cadeias do estado, Várzea Grande, Cuiabá, Rondonópolis, Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra”, explicou o delegado.

 

Conforme o delegado, também foi comprovada uma série de crimes cometidos durante o monitoramento da Polícia Civil. “Ao final da investigação conseguimos identificar toda a coluna vertebral, a espinha dorsal da organização, que espalhou seus tentáculos no Médio-Norte do Estado”, completou Pinheiro.

 

A investigação aponta que os criminosos, todos integrantes de facção criminosa ou ligados a facção por meio da associação para o tráfico de drogas, atuam tanto no interior das cadeias/presídios, quanto fora delas, agindo de maneira extremamente organizada, usufruindo de proteção imposta pelo medo, desde a eliminação dos rivais para tomar e estabelecer territórios, administrando eventuais conflitos e impondo regras.

 

As lideranças, mesmo cerceadas de liberdade, mantêm contato com comparsas e familiares para passarem ordens, deixando claro que sentem-se impunes. “Grupo de indivíduos composto por experientes criminosos sensíveis a investigação, pois ora planejam ações em sua totalidade, ora alguns dos alvos aliam-se a outros novos para a prática delituosa”, destaca o relatório da investigação.

 

Crimes diversos

Além do tráfico de drogas, roubos e homicídios, foi identificado que a organização criminosa praticava estelionatos em modalidades diversas, como golpes contra familiares de pacientes internados em hospitais, principalmente no Estado de São Paulo. Eles se passavam por médicos e convenciam funcionários de hospitais a informarem dados de pacientes. Depois, entravam em contato com os pacientes pedindo dinheiro para pagamento de exames específicos e urgentes.

 

Os criminosos também acessavam publicações da venda de produtos na internet, principalmente na página da OLX, e mantinham contato com os vendedores negociando a compra, alegando pagamento com depósito bancário em envelope vazio.

 

Outro golpe aplicado é o chamado “bença tia”, em que o criminoso se passa por um parente da vítima, geralmente uma pessoa idosa, e informa que está com o carro quebrado na estrada ou em outra situação, necessitando de dinheiro para seu conserto.

 

O dinheiro dos golpes sempre cai na conta de aliados, que sacam ou transferem os valores rapidamente, antes mesmo de as vítimas conseguirem procurar a Polícia.

 

Modalidades distintas de arrecadação financeira também foram confirmadas, como o pagamento de mensalidades dos membros da organização e mensalidades de pontos de tráfico, as chamadas biqueiras/boca de fumo/lojinhas, entre outras formas.

 

Conforme o delegado, mesmo estando recolhido dentro de cadeias/presídios, os criminosos irão responder por crimes cometidos na rua, que, somados as suas penas, reduzem a possibilidade de benefícios de redução no tempo de cadeia.

 

O inquérito da operação “Tentáculos” foi instaurado na Delegacia de Tangará da Serra e será remetido em 30 dias a 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

 

Efetivo

Para a operação foram mobilizados mais de 60 policiais das Regionais de Tangará da Serra (Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis, Sapezal, Barra do Bugres, Nova Olímpia), Juína, Diamantino, Rondonópolis, Gerência de Operações Especiais (GOE) e Polinter.

 

PJC-MT

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