O diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Agno Sérgio Ramos, responsável pela ‘Operação Agente Douglas’, deflagrada com o objetivo de fazer uma limpa e restaurar a ordem dentro da unidade, afirmou que foram identificados planos de morte contra ele após o início dos trabalhos. Tudo foi repassado à inteligência, que investiga as ameaças.
“Você imagina. Eu tirei eles [criminosos] da zona de conforto. Causei um prejuízo muito grande para a facção. O índice de criminalidade caiu cerca de 30% no primeiro mês, quando os comparsas já tinham as ordens emanadas. Agora, acredito que desceu mais”, disse o diretor Agno Sérgio Ramos.
Agno ainda pontua que a operação cessou uma movimentação de milhões de reais. "Eu, à frente da operação, seria até natural que eles quisessem me tirar de cenário. Já era previsto. Tenho uma equipe muito boa junto, temos várias estratégias de segurança. Seria estranho se não houvessem [ameaças]”.
“Todas as denúncias foram encaminhadas para a inteligência. Não são ameaças na verdade, passou disso, são planos. A gente fica sabendo que fulano de tal deu a ordem [para assassinato]. Isto está com a inteligência para desarticular todos os envolvidos nisto”, completa o diretor.
Por fim, o Agno diz à população que pode contar com o trabalho que está sendo desenvolvido dentro da unidade prisional e que todos os esforços serão concentrados para diminuir ainda mais os índices de criminalidade.
“Par que tenhamos uma juventude mais sadia. Esta operação vem de encontro com a necessidade da própria sociedade. Não vamos arredar um passo e continuaremos o enfrentamento”, finaliza o diretor.
Apreensão
A intervenção realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE), que teve início no dia 12 de agosto deste ano, com o objetivo de fazer uma limpa e reformar a unidade, teve balanço. No total, foram 171 celulares encontrados, 500 chips e até uma churrasqueira. O gestor da pasta, Alexandre Bustamante, destacou a redução no número de crimes neste período em que o acesso dos detentos ao mundo externo foi dificultado.
Entre os materiais apreendidos estão 171 celulares (de diversas marcas e modelos), mais de 500 chips de telefonia, 12 baterias de celular, drogas, facas artesanais (chuchos), churrasqueira, sanduicheira, entre outros.
Também foram apreendidos 352 cadernos do crime organizado, com detalhes da contabilidade das facções e seu relacionamento com o exterior da unidade. Parte deste material já está sendo analisado pela Polícia Civil e o setor de inteligência do sistema prisional.
A operação foi prorrogada por mais 30 dias, como já havia antecipado o Olhar Direto. Isso porque ajustes ainda precisam ser feitos, assim como uma estruturação. O secretário deixou claro também que os reeducandos que danificarem o ambiente serão punidos com a perda de benefícios.
Operação
A operação foi batizada de “Agente Douglas” em homenagem ao agente penitenciário executado por membros do Comando Vermelho, na cidade de Lucas do Rio Verde, com vário tiros de pistola 0,9 mm, quando chegava em sua residência.
A operação de reforma na Penitenciária Central do Estado foi iniciada no dia 12 de agosto. Estão sendo realizadas mudanças nas celas, pinturas e retirada de produtos que estão em desconformidade com o Manual de Procedimento Operacional Padrão do Sistema Penitenciário.
Além da reforma, a operação de revista geral tem o objetivo de fortalecer as ações de enfrentamento a crimes que possam ser cometidos dentro da unidade penal, além de se antecipar a possíveis atos delituosos.
A operação é realizada apenas na Penitenciária Central do Estado, não sendo estendida a nenhuma outra unidade no interior ou mesmo na Capital.
Com informações Wesley Santiago/Olhar Direto