O preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) subiu 8 vezes nas refinarias da Petrobras nos últimos 10 meses. Desde março de 2017, a alta acumulada chega a 63%. Em Mato Grosso, o gás de cozinha comercializado em botijões de 13 quilos custa atualmente até R$ 120, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O valor máximo é verificado no município de Alta Floresta (a 803 km ao Norte de Cuiabá) e atinge recorde nacional, sendo superior até mesmo à cotação verificada em Macapá (AP), onde alcança o teto de R$ 76 o botijão.
Já o menor preço do insumo é registrado no município baiano de Brumado, a R$ 49,25 o botijão, segundo a Agência Reguladora.
Comparadas a menor e a mais alta média de preços do GLP residencial entre os 2 municípios brasileiros, a cotação em Mato Grosso chega a ser 121,60% maior, com uma diferença real monetária de R$ 59,89. Ou seja, o valor pago por um botijão de GLP em Alta Floresta permite adquirir 2 botijões de gás de cozinha em Brumado (BA).
Conforme observa o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre José Borjaili, o gás comercializado em Mato Grosso sai de Paulínia, em São Paulo, sendo transportado por via terrestre.
Dessa forma, sofre outro impacto na composição de preços, que é o reajuste do óleo diesel, revisado diariamente desde julho de 2017 pela estatal. Nesse período, o diesel acumula alta de 17,08%, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT).
“Existe um duto que liga Senador Canedo, em Goiás, a Paulínia, em São Paulo, mas não abrange o setor GLP”, critica Borjaili.
Outra situação colocada pelo presidente da Asmirg é que o gás de cozinha custa R$ 23,16 na Petrobras. “Este valor é o mais elevado considerando o inverno europeu. Vamos considerar um valor médio de R$ 15 por botijão, sem impostos. Este seria o valor repassado às companhias distribuidoras”, afirma.
Para ele, é factível que o botijão de 13 kg de GLP chegue ao consumidor a R$ 30, desde que haja interesse do governo federal. “O governo concede benefícios fiscais e isenção a qualquer produto. Já para o gás de cozinha, um produto essencial e ligado diretamente à fome do povo brasileiro, tem as alí- quotas de impostos mais caras”, critica Borjaili. Conforme ele, a arrecadação de impostos sobre a comercialização do insumo atinge R$ 5 bilhões anualmente.
Na opinião do líder do setor, a estatal brasileira mantém uma cultura monopolista e pratica abusos de preços, sem ter preparado o mercado para as sucessivas revisões.
Com informações: Silvana Bazani - Gazeta Digital