A voz da opinião pública falou mais alto. O Operário de Várzea Grande desistiu de contratar o goleiro Bruno Fernandes para a temporada 2020. Ele foi condenado pela morte de sua então namorada, a modelo Eliza Samúdio.
A decisão sobre a desistência do negócio foi confirmada através de uma nota sucinta, encaminhada pelo clube à imprensa, na tarde desta quarta-feira (22).
"Pelo presente, viemos comunicar que o Clube Esportivo Operário Várzea-Grandense não contratará o atleta Bruno Fernandes das Dores de Souza", diz trecho da nota.
Assim que surgiram notícias de que o goleiro Bruno Fernandes poderia ser contratado pelo Operário, ativistas do movimento feminista, políticos e formadores de opinião repudiaram a negociação.
Além disso, patrocinadores masters do Campeonato Mato-grossense de Futebol pediram para que seus nomes não fossem estampados na camisa do clube.
Nesta terça-feira (21), antes da estreia do clube no campeonato, no Estádio Dito Souza, dezenas de mulheres protestaram contra a contratação do goleiro.
Mãe se diz revoltada
A dona de casa Sonia Moura, mãe da modelo Eliza Samúdio, que foi morta a mando do goleiro, também fez um apelo para que o time revisse sua decisão.
“Eu sinto revolta com a Justiça, com as brechas que a lei apresenta. Algumas pessoas o defendem dizendo que ele já pagou pelo erro. Erro? Bruno não cometeu um erro, porque um erro você consegue consertar. Por acaso o Bruno tem como consertar o assassinato da minha filha? Não tem”, desabafou.
Bruno, que já defendeu o Flamengo e o Corinthians, foi preso em setembro de 2010 e condenado em março de 2013 a mais de 20 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado da modelo, com quem ele teve um filho.
Ele conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em 19 de julho do ano passado após uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha (MG).
Na última sexta-feira (17), a Justiça de Minas Gerais havia autorizou o goleiro a cumprir a pena em Mato Grosso e trabalhar no clube.
Fonte: Midia News